O projeto foi idealizado para melhorar as instalações do Projeto.Oficina.Boracea - o primeiro albergue de moradores de rua do Município de São Paulo que teve como foco a acolhida de catadores de resíduos - tornando-o mais aconchegante e humanizado. O norte da proposta foi produzir ambientes de proteção por meio do desenvolvimento de painéis e divisórias que pudessem reconfigurar o espaço, trazendo a possibilidade de um pouco de privacidade e recolhimento dentro dos dormitórios.

As transformações proporcionaram uma qualidade de vida melhor para seus usuários, que se refletiu na redução das brigas, diminuição de casos de insônia e até de doenças, segundo os gestores do albergue.

Todas as intervenções foram concebidas a partir da reciclagem e reutilização de materiais descartados, transformando os resíduos novamente em matéria prima. Dentro da lógica da coleta seletiva, esse material teria valor apenas como matéria bruta, a ser vendida por peso, e isso merecia ser subvertido neste contexto.

Este projeto se desdobrou num programa de geração de renda que se chamou Oficina de Artes Boracea. O grupo que participou da oficina, saiu do albergue em poucos meses e viveu, por muitos anos, com a renda gerada pela comercialização dos produtos feitos a partir da reciclagem de jornal.